Sunday, August 10, 2008

escrevi a um amigo

escrevi a um amigo hoje a noite, demorei 1 ano e 1 mes pra responde-lo, sabia que tinha que resumir praticamente 10 anos que se passaram e fui adiando e adiando, fiquei ate sem deculpas, enfim, descrevi os 10 anos e me senti assim meio descontente, quando escreviamos para um ao outro no passado nossas cartas eram cheias de sonhos, vontade e curiosidades em relaçao ao mundo, e hoje a noite essa carta nao teve nada disso, eu me peguei escrevendo sobre a minha vida e das coisas que ainda nao fiz e que a mais de dez anos queria e ainda quero fazer como viajar por exemplo, primeiro eu nao tinha dinheiro, me mudei pra um pais que eu conseguiria o dinheiro, depois nao podia deixar o pais senao nao poderia voltar e agora depois de tudo isso estou prestes a comprar uma casa que vai bem ou mal me prender monetariamente a um lugar. Quando eu escutava a musica de Elis Regina "como nossos pais" nao entendia e pensava "Imagina! que eu vou acabar como meus pais..." e no final das contas nao eh que ela tava certa? e hoje eu entendo, eu fico tentando imaginar com o que que os meus filhos vao aparecer em casa um dia, nao sei se alguem ja viu que no avanço do mundo das tatuagens eles estao tatuando o branco do olho? fala serio! se eu quiser ser uma mae moderninha vou ter que achar legal, nao vai ser facil...enfim, fui pra varios topicos mas nao fechei o que queria dizer, apesar de minha carta ao meu amigo nao ser tao cheia de vida foi uma carta cheia de experiencia e mais importante com o reconhecimento de que adquiri paciencia, uma das melhores virtudes que podemos almejar. HAJA! vou ter que me contentar com ela ate eu ter dinheiro pra ir a puta que pariu, mas o Vietnam serve!

Como nossos pais

(Belchior)

Não quero lhe falar, meu grande amor

Das coisas que aprendi nos discos

Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar

E eu sei que o amor é uma coisa boa

Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa

Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina

Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens

Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua

É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz

Você me pergunta pela minha paixão

Digo que estou encantado como uma nova invenção

Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão

Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova nova estação

Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração

Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida

Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos

Ainda somos os mesmos e vivemos

Como nossos pais

Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não

Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando

Mas é você que ama o passado é que não vê

É você que ama o passado é que não vê

Que o novo sempre vem

Hoje eu sei que quem deu me deu a idéia de uma nova consciência e juventude

Está em casa guardado por Deus contando vil metal

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo tudo o que fizemos

Nós ainda somos os mesmos e vivemos

Ainda somos os mesmos e vivemos

Como os nossos pais

1 comment:

Anna Carla Lourenço do Amaral said...

Esse post vai de encontro a um que fiz sobre a música "Já é" do Lulu Santos e os papos que cabeça que tive com a Rugai na semana passada, a música diz "A gente não se reconhece ali, no oposto de um de ja vu", é normal depois dos 30 a gente passar por essa catarse.
Mas escreve mesmo que é bom, pra mim tem servido de terapia, o Caderno já tem mais de um ano e tem sido ótimo! Senti uma preocupação inicial sua na questão do texto fazer sentido e fechar um assunto mas no começo é assim mesmo, logo você pega “o jeito blogueiro”, você já escreve bem pacas! Favoritei teu link.
Tenho idéia de um blog coletivo quem sabe um dia a gente monta um trio: eu, você e Rugai, tipo uma escrevendo da província, outra dos States e a outra da metrópole, rsrs...fica a idéia!
Saudades monstro de você!
Beijos!